O meu pai é a pessoa mais impecável e correcta (tirando aqueles momentos em que estou a levar nas orelhas) que eu conheço. Não maltrata ninguém e consegue manter a calma e ser pacífico até nos momentos mais complicados (quando eu desmaiei, ele tomou conta da situação enquanto a minha mãe gritava). É um ser humano espectacular e não compactua com injustiças, estando sempre do lado da razão. São raras as vezes em que o vejo em baixo e, posso dizer com toda a certeza, que é uma pessoa muito feliz com aquilo que tem. É um defensor acérrimo da máxima se eu não gostar de mim quem gostará e adora a vida.
Mas hoje, vi o outro lado do meu pai. O lado que desconhecia.
De há quatro anos para cá que a minha família não se dá bem, especialmente comigo e com o meu pai. Ao que parece, eu sou um mau exemplo e o meu pai porque, pura e simplesmente, me defendeu numa situação ridícula que envolvia o meu primo e os meus tios. Hoje, o meu primo faz anos; é portanto, dia da chamada telefónica mais constrangedora do ano. Quando ligou para dar os parabéns ao miúdo, o meu pai ficou com os olhos cheios de lágrimas e disse-lhe, que apesar de lhe instruirem o contrário, o meu sempre pai gostou muito dele e continuará a gostar (os meus tios, aquelas pessoas afáveis e amorosas, tão simpáticas que até dói, fizeram uma lavagem ao cérebro dos filhos para que estes não nos dirigissem a palavra). Não gostei nada de ver o meu pai assim e só me deu vontade de agarrar no telemóvel e fazer uma chamadinha para a minha querida família e dizer-lhes umas verdades. Mas não posso, porque mau exemplo já eu sou.
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